Prefeitura inicia processo de registro do Setenário das Dores de Nossa Senhora como Patrimônio Cultural Imaterial

Objetivo é salvaguardar o bem para as futuras gerações
Publicado em: 5 de Abril de 2017 . Última Atualização: 31 de Março de 2017


A Prefeitura iniciou o processo de registro do Setenário das Dores de Nossa Senhora como Patrimônio Cultural Imaterial. O objetivo é salvaguardar o bem imaterial para as futuras gerações. Este ano o Setenário será celebrado de 2 a 8 de abril e a Semana Santa de 9 a 16 de abril. No dia 6 de abril, quinta-feira, o itapecericano Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, será o celebrante do Setenário. A Paróquia de São Bento completa, este ano, 260 anos de sua criação.

Durante os sete dias que precedem o Domingo de Ramos, celebra-se na Igreja de São Francisco o solene e belíssimo ofício do Setenário das Dores, recordando as sete dores de Nossa Senhora, em vista da preparação espiritual dos fiéis para a grande liturgia da Semana Santa. O Setenário é celebrado na Igreja de São Francisco ao menos desde meados do século XIX, não se sabendo ao certo qual a data exata de seu início. Alguns afirmam que, já no princípio do século XIX, quando a Igreja de São Francisco foi inaugurada, em 1804, já se celebrava tal rito na então vila de São Bento do Tamanduá, antigo nome de Itapecerica. O Setenário, da forma como é celebrado em Itapecerica, não se repete em nenhum outro lugar, segundo pesquisa realizada por Dom Gil.

As sete dores de Nossa Senhora são assim apresentadas: Apresentação do Menino Jesus no Templo (1º dia), A fuga para o Egito (2º dia), Perda do Menino Jesus no Templo (3º dia), Encontro no caminho do Calvário (4º dia), A morte de Jesus no alto do Calvário (5º dia), A Piedade: Maria recebe o corpo de Jesus em seus braços (6º dia) e A Soledade de Maria após o sepultamento de seu Filho (7º dia).

A Semana Santa é o ápice da liturgia cristã. Nela se celebra a maior festa de seu calendário, a Páscoa que se dá com a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Pode-se afirmar que, desde meados do século XVIII e princípios do século XIX, a Semana Santa é realizada em Itapecerica com a mesma estrutura geral, obedecendo sempre às adaptações litúrgicas determinadas pela Santa Igreja.

A Semana Santa em Itapecerica possui características muito peculiares, o que se verifica na maneira de se celebrar o Setenário de Dores, na ordem e no estilo das procissões, nas músicas, nos toques dos sinos, nos ritos em geral. A Semana Santa apresenta sete procissões, divididas em primeiro grupo – Procissão de Ramos (Domingo de Ramos) e Procissão Eucarística do Domingo de Páscoa (Domingo de Páscoa) – e segundo grupo – Procissão de Depósito (Segunda-Feira Santa), Procissão de Dores (Terça-Feira Santa), Procissão do Encontro (Quarta-Feira Santa), Procissão do Enterro (Sexta-Feira Santa) e Procissão do Triunfo (Domingo de Páscoa à tardinha).

 

As informações históricas foram retiradas do livro “Semana Santa em Itapecerica – Minas Gerais – Ritual do Setenário das Dores de Nossa Senhora” (2014), organizado por Dom Gil Antônio Moreira.

 




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